domingo, 24 de outubro de 2010

Quando a gente se engana

Primeiro ele achou
Que era bobagem,
Que era passagem,
Que era verão.

No fim ele sentiu
Que a dor explodiu
E verbalizou
O sol da estação.

sábado, 2 de outubro de 2010

Nem um, nem outro.

É como você que não ouve,
como você que não crê,
você que não sente,
que não entende,
não vê?

Mas e eu que não falo,
e eu que não juro,
eu que não finjo,
que não minto,
não vejo
nem sou.

domingo, 5 de setembro de 2010

Ser bem-vinda.

Depois de se deixar partir, quis muito se ter de volta. Uma vez que fosse. Uma vez que seja. Uma vez mais, quis, depois de se ver partir. Ainda era preciso se conhecer, se resumir. Se conhecer e se reconhecer. Era preciso saber contar sobre a própria vida sem perder frases nos ares da inconsciência ou suspirar numa freqüência incomum a cada nova sentença; hesitar. Encaixar as noites brancas de caminhadas isoladas em passeios amigáveis e inocentes. Ser exata em opiniões diversas; divagar com equilíbrio. Perder o medo do medo de ser; aproximar o sentido. Tudo o que se abstraía até então, encaixar no que de fato, de acordo, de forma, é padrão é palpável. Uma vez que fosse, que, então, voltasse.
Parou de parar de esperar; enfim esperou. Leu outra vez, leu mais que uma vez mais. Sorriu aberta e despretensiosamente ao céu, ao seu, próprio desejo. Verde, amarelo e lilás ao invés de preto e branco e preto e branco e só. Renovou olhares, olhou por mais tempo. Optou pelo sentir intenso e sentiu doer. Preparou a recepção e recebeu a si mesma, na idéia de se preparar. Voltou e nem viu. Por vezes fingiu que não viu, até acreditar.
Quando se volta, volta mais firme, não é?

domingo, 6 de junho de 2010

Para dar, paladar.



Choveu.
Ontem choveu.
E esfriou. Esfriaram. Esfriei.
Meus dedos, finos e brancos e enrugados e frios, tocaram a pele que não era a minha. Transmitindo o frio, compartilhando o toque, equilibrando a temperatura.
No toque, eu sou você na sensação de ser. No toque, tato. No toque, ato.

Não choveu.
Ontem não choveu.
Mas esfriou. Esfriaram. Esfriei.
Meus olhos, úmidos e claros e distantes e hipermetropes, secaram a boca que também não era a minha. Transmitindo o desejo, compartilhando a intenção, desequilibrando.
No beijo, você é parte da parte de me. Ser, no toque. Ser, no ato. No tato. Na íntegra.

Paladar.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Dias e dias


Não quero uma história, nem um conto, nem uma história-conto. Hoje vou contar com o improviso. Vou improvisar um texto débil, pra livrar minha cabeça e meu corpo dessa miscelânea de não-idéias, que eu assimilo com algo como um vazio-agudo. Trechos de nada, que parecem doer, parecem ter vida.

Sentido. Sentido. Sentido. Falta. Falta. Falta. Falta-te e falta-me. Repetição. Entendimento. Necessidade de entender, repetindo. Eu não faço sentido quando quero explicar o que eu penso entender. Eu não faço sentido quando penso explicar o que eu quero entender. E ao invés de preencher, eu esvazio. Esvazio a mente, inutilizo o corpo, me atiro do alto e não caio no chão.
Hoje não foi um dia legal.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Ato de mudar.

“Nunca se freia na curva” ele comentou. Na hora não deixou de ser um comentário normal. Tanto que continuei concentrada na minha música e nos meus pensamentos. Meu pai passando as dicas de uma vida longa de viagens pro meu irmão, minha mãe atenta, cuidando a estrada como quem cuida um filho, eu observando, aproveitando o silêncio da concentração. Coisa normal de viagem. Mas aquele comentário pareceu ter acionado algo na minha memória, porque lembrei dele por horas e horas depois. Nunca se freia na curva, Letícia, pensei comigo e ri. Mentira, não ri, sorri. Sorri por ter associado o comentário à vida mudando, fazendo uma curva para a direita em alta velocidade. Curva tão acentuada que dá vontade frear, pra diminuir a sensação de poder sair do rumo a qualquer hora. Ao mesmo tempo a adrenalina da mudança dando vontade acelerar mais e mais. É bom ver a vida mudando. É bom ver os dias fazendo curvas. Melhor ainda é se apaixonar pelo caminho, pelo silêncio de uma estrada solitária e com curvas acentuadas, pelas faixas amarelas, hora contínuas, hora tracejadas, dando a impressão de limitação e liberdade, respectivamente. Pensei também nesse comentário quando olhei pra janela e vi o sol batendo forte num pedaço dela. Sol, Letícia, o sol da manhã. Sol que há tanto não via. Sol que me pareceu mais bonito que todos os outros sois de todos os outros dias. Era um dia normal, mas tinha um sol, um sol da manhã que batia na minha janela e me fazia sorrir por estar enfrentando a vida, por estar dirigindo nessa estrada, por estar acelerando na curva acentuada. Precisei da curva pra ver o sol, mas se eu não tivesse experimentado outro tipo de vida, não poderia estar sentindo agora essa sensação de ver o sol da manhã, que bate na minha janela, que me faz sorrir todos os dias, daqui pra frente. Mudança!

sábado, 10 de abril de 2010

Pramanhã.

Uma úlcera fazendo festa no meu estômago. O frio vindo das paredes e janelas e chão para os meus pés e pernas e tronco e dedos. Nada de lubrificante nos meus olhos. Uma idéia vinda na cabeça: Eu tenho perdido o meu tempo.
Uma luz numa janela de um quarto de uma bolha. Uma cama vazia, uma música lenta, uma brincadeira de esconder num mundo de possibilidades. Uma idéia pairando na cabeça: Eu tenho perdido o meu tempo.
Um pensamento distante de um conceito incerto de uma pessoa esperta. Uma vida presente na palma da mão que aperta o crânio que leva um tiro. Uma idéia fixa na cabeça: Eu tenho perdido o meu tempo.

Mas amanhã é sempre um novo dia.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Ir e vir.

Vou sair daqui; vou sair agora mesmo. Vou rolar estes degraus, ultrapassar estas paredes, mergulhar no frio da madrugada e procurar alucinadamente. Vou me procurar especificamente nos pontos de luz, nas ruas largas, em lugares abertos; vou me encontrar iluminada. Vou depositar confiança em estranhos desconhecidos, vou querer saber de mim ao me ver nos reflexos transparentes, vou olhar bem de perto; vou conhecer os meus próprios segredos vistos de fora. Vou reviver o meu dia inteiro num copo de vidro e num banco de praça; vou saber seguir nos próximos dias. Vou sair e vou voltar. Vai ser tarde, vai ser dia, mas haverá tempo. Tempo de dizer que saí para também te encontrar iluminado, você que sai por aí, que anda sozinho, que fala da dor, que fala da vida e que tem o segredo guardado na mão; na mão machucada e na alma ferida.

terça-feira, 30 de março de 2010

Dessa pra outra.


Sinto em dizer que te deixo agora. Já fiz a minha parte contigo. Mostrei-te o caminho. Falei-te da verdade, das belezas da alma. Sinto em dizer que te deixo agora. Teus sonhos não me bastaram, não me seguraram. Teus olhos cintilantes não puderam me cativar eternamente. Tua felicidade não me foi suficiente. Sinto em dizer que nesta vida eu não vivo mais. Despeço-me de ti, vida minha, porque conheci outra vida. Uma vida que não possui tanta beleza, nem tem sonhos coloridos como os teus, mas me parece comportar uma felicidade que não conheci contigo. Felicidade que vem do fazer, do agir, do se sentir seguro. Sinto em dizer que és insegura, vida minha. És insegura porque te cuidaram desde o teu nascimento. Deram-te tanto apoio, velaram por ti, te amaram demais. E tu, vida, esqueces que o mundo não comporta tanto amor assim?
Sinto em dizer que te deixo agora, mas quero que saibas que sempre estarei por perto. Procurarei os caminhos pelos quais eu possa passar por ti, te ver de longe, porque apesar de tudo tu és a mais bela de se ver. És como uma obra de arte emoldurada. Serás um colírio para os meus olhos secos de lágrimas deixadas por essa nova vida. Gostarei de me encontrar contigo nos acasos do mundo. Tu verás o quão rápido envelhecerei. Verás no meu sorriso o sofrimento do mundo. Sofrimento este que tu não tens nem terás sofrido.
Sinto em dizer que te deixo agora, vida minha. Sinto por ti, que sofres em me ver partir. Sinto por mim, que parto sabendo não poder voltar jamais.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Presença

Não hesitou. Deu um último sorriso, meio irônico, meio sincero, completamente triste, falou umas duas ou três palavras que não escutei, virou-se e saiu. Não mudou nada de lugar como sempre fez. Deixou o apartamento exatamente como gostava que estivesse, organizado do jeito dela: vários origamis coloridos espalhados pelos móveis, algumas flores artificiais em latinhas de refrigerante [sempre achei tão infantil], incenso na janela, janelas [todas] abertas, e no meu mp3 pronta pra tocar "Atoms for Peace" típica dela, quando as coisas não iam muito bem. Dizia que os origamis a faziam companhia na minha ausência. Dizia também que as flores eram artificiais porque ela podia imaginar um cheiro diferente pra cada uma delas em horas diferentes. O incenso sempre na janela, na esperança de eu ter vontade de acendê-lo pra compartilharmos o mesmo cheiro.
Deixou assim porque sabia que na hora eu não correria para alcançá-la nem decidiria sair pra tomar um ar lá fora; ficaria sentado no sofá por algum tempo, em silêncio, ouvindo o mp3. Previsível, sempre dizia. E assim foi. Observei cada detalhe antes de sentar; toquei as flores artificiais como se fossem reais; acendi o incenso com a vontade que nunca tive antes; e coloquei todos os origamis em uma posição em relação ao sol que provocassem sombras grandes [aprendi com ela]. Depois sentei, mas mudei a música. Por birra, talvez... por não querer que ela me intimidasse também nisso. Mas ela estava em tudo, não precisava estar presente em música ou em corpo. Estava no cheiro da minha camisa, nas cores das minhas paredes, nos sons das minhas memórias, nos porta-retratos de todos os tamanhos, no anelar da minha mão esquerda, em parte da minha vida. Estava nos meus sonhos estranhos, nos meus desejos sexuais, nos meus sorrisos exagerados.
O tempo que fiquei ali sentado foi o tempo suficiente. Suficiente para odiá-la por entrar na minha vida e odiá-la por sair dela. Suficiente para odiá-la por me levar uma parte minha, que já era dela.
O tempo que fiquei ali sentado foi o tempo suficiente. Suficiente para desejá-la por perto. Suficiente para desejá-la comigo, porque ficando sem ela ficaria também sem mim.

domingo, 14 de março de 2010

Foi grave, mas dissolvido.

O olhar foi sério, mais firme que a vontade. A palma da mão foi áspera e a dor foi mais forte dentro que fora. Sentiu pela vida, sentiu pelo erro. Quis derreter, dividir-se em moléculas, desaparecer! As mãos tremeram, as pernas também. E a lágrima rolou, porque lágrima é dor exposta. Lágrima é fraqueza, é fracasso.
Preferiu permanecer do jeito que ficou: estática, olhar no chão, cabelo no rosto, vergonha no ar. Não proferiu palavra, não levantou os olhos, não procurou sentido.
Voltou pra bolha e dissolveu tudo em música e prosa.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Visão

Refiz minha janela.
Passei de oliva pra bandeira,
tirei a tela.

E o sol tocou o chão,
feito música, quando toca o coração.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Na Memória

Do mesmo jeito que o vento bateu na janela e agitou a cortina, desse jeito a imagem ficou paralisada, gravada na memória. Fechou os olhos e gravou mais esta, a cortina agitada pelo vento na janela. Já tinha gravado, até então: o sol da manhã, que iluminava o vaso da mesinha da sala, provocando uma sombra enorme que parecia fazer parte do tapete; o sorriso grande de uma criança que fazia marmotas com um coleginha, voltando do colégio; o vapor que levantava do café sendo passado pelo irmão no bule colorido [gravou também o cheiro, desta vez]; e mais o som do sino da igreja que mostrava sete horas, misturado com a música animada que estava ouvindo na mesma hora.
Fez uma coletânea. Guardou tudo na memória, como fotos capturadas no dia-a-dia. Organizou por ordem de captura e coloriu cada moldura de acordo com a cor de cada hora. Desejou dar então cara captura para alguém especial, alguém que recordasse junto com ela as cores do seu dia. Foi imaginando cada captura sendo compartilhada, deixando de ser parte somente dela para ser também de alguém. Depois disso, abrindo os olhos, apagou com o pensamento todas as capturas desse dia, deitou e dormiu. Estava pronta para mais uma coletânea de imagens no despertar do próximo dia.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

[Sem título]

Perdi minha bússola
mas ainda restam meus ossos,
restam meus planos,
nesse mundo duro,
nesse mapa de sonhos.

Estou longe de tudo
que um dia me fez bem,
a TV não distrai,
o sol,
Não ilumina ninguém.

Não carrego sementes,
nem mais opiniões,
ouço o que todos me dizem,
no que acredito,
são raras exceções.

caminhar sozinho é perigoso,
quando se anda nas margens,
as regras são jogadas no vento,
e o momento,
é cinza aos meus olhos.

junto uma pedra no chão,
ela cabe no meu bolso,
se encaixa nos meus planos,
o que eu sinto,
são boas vibrações.


por Diego da Cruz.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

High tech, Low life












Parece real, mas é de plástico, silicone, poliestireno.
Parece legal, mas mata aos poucos.

O corpo não tem limites, os velhos nao têm descanso: copulam, trabalham.
O artificial é melhor que o natural: ambientes climatizados, água quente, perfumes, remédios.

O estacionamento vale mais do que um bosque e, no fundo, preferimos a cidade a morar no mato.

A televisão ligada em todos os lugares no mesmo canal. Pessoas assistindo ao mesmo programa. Pessoas discutindo o mesmo assunto. O mesmo assunto em todos os lugares.
Essa é a conquista da comunicação... A comunicação é o quarto poder.

Mesmo no lugar mais remoto, a civilização esta com você: ou no seu bolso, ou naquele satélite que está te olhando, ou na placa de Sorria .

Um computador portátil para cada habitante
Acesso irrestrito à internet
Serão alguns dos direitos do cidadão

A tecnologia não tem fim! Você tem que fazer o update ou ficara desatualizado, já que daqui a pouco sairá outra versão.
É a era da informação descartável.

O coletivismo venceu afinal!
Aqui ou na Europa vemos as mesmas coisas, sabemos as mesmas coisas.
Discutimos as mesmas coisas, gostamos das mesmas coisas...

Os computadores não facilitam, eles dobram a carga de trabalho.

Já existe anestésico para suas dores, cura para a feiúra, melhoramento genético.
Tudo o que você quiser, nós temos.

Esportes mundialmente louvados, celebrados, divinizados.
Heróis com salários lunares, propaganda manipuladora.
Governos se utilizando do esporte
Drogas e treinamento levando além das capacidades
Celebridades de 15 minutos, música mecânica.
Nano criaturas melhorando você por dentro, pandemias fulminantes, caos global.
Pesquisas em milésimos de segundos, trilhões de pesquisas por dia.
Dinheiro virtual, personalidades virtuais, sexo virtual.
Delivery, pay-per-view, e-mail, água encanada, energia elétrica, conexão wi-fi, bluetooth...

AHH!! É muita coisa pra mim...

Afinal, qual o objetivo de tudo isso?

Press any key to continue...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Mal-me-quer


Foi num canto que me escondi do mundo das pessoas

E descobri-me capaz de tudo

Menos da vida.

Foram as flores que me desiludiram: algumas têm mau cheiro.

Agora tudo o que eu pensava me cheira mal...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O anel não era de ouro, mas o brilho era intenso.

Distraída, olhando para fotos que ela não tirou, ouvindo músicas que não são da sua época, imaginando estar em lugares que nunca visitou, desejando conhecer pessoas que nunca viu, ela chorou. Chorou sozinha porque entendeu sozinha o sentido do ser. Chorou pelos planos que não cumpriu, porque no planejamento não incluiu os imprevistos. Chorou porque mudou de roupas mas continuou a mesma, lendo para si, rindo consigo. Chorou porque sofreu por amor mas amou mais o sofrimento do que o próprio amor. Chorou porque acabou passando mais tempo no quarto, do que na rua. Chorou mas não entristeceu. Chorou porque é a vida dela, porque acima de tudo é melhor do que esperava, porque nunca esperou por muito.
Chorou, riu e escreveu.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Imperativo: vá nadar!

Bá! Agora estou sentado a escrever aqui em frente ao computador. Descrevo uns detalhes como o vento que entra por uma janela e sai por outra, fazendo uma corrente de ar fresco vindo da rua noturna, um ronco de automóvel ao longe ouvi, um leve cansaço propício para a transfusão do pensamento inconsciente para dentro do que escrevo e uma dor na nuca que já me saturou a paciência.

Só coisas irrelevantes. Não tenho a mínima intenção de prender sua atenção mais um minuto. Antes desejo que o leitor querido vá fazer nada, literalmente, do que ler o que tenho aqui escrito.

O que eu escrevo, escrevi e escreverei não tem a mínima importância. Vai-te agora fazer nada. E sozinho! Só assim sentirás o que eu sinto e desejo escrever e que as palavras não me serviram para isso. Vá então fazer nada, só assim deixamos de ser formigas.

Afinal, a fábula da cigarra e da formiga foi sempre injusta! Ser cigarra tem enormes vantagens...

Pela quarta vez e ultima vez: vá fazer nada.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Epifania...

E o mundo será isso e... pronto?
E a moral será isso. Só?
E a verdade será apenas um conto?
Afinal, de quantas maneiras se desfaz um nó?

Vivo num grande formigueiro...

Mas me descobri humano!

Enfim, respiro!

Ah sentimento errôneo e culpado! Por tanto tempo me tens assombrado! Mas agora que te domino, de ti retiro minhas forças. - E como sou forte agora! - Triunfante me ergui sobre minhas vontades (ou seriam instintos?). É lindo o que posso fazer com as novas asas que ganhei. Temo, porém, pela minha integridade mais do que nunca! A liberdade é senão atraente e perigosa... Por ela perdi partes preciosas de mim mesmo, mas junto dela hei de engrandecer ainda mais a minh'alma. Morro por ninguém, mas pelos ideais que tenho! Afinal, são as únicas coisas que realmente tenho...