sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Divagando um pouco mais

E tudo o que eu pensava que seria e que não foi
Mas que eu queria que fosse se foi
E voltou pra mim como um dilema a ser resolvido
Comigo e consigo ja ver o problema que no princípio
Não via e sorria como se o mundo inteiro sorrisse
A mesma alegria que eu tinha e não tenho mais
Nem paz nem sossego tampouco apego a qualquer coisa
Que me deixe inteiro e completo assim como um feto
Se sente seguro do futuro e da existencia sem consciencia
Dos perigos e abismos fora do seu ninho. Coitadinho.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Aos meus amigos: Apologia à patota

Que não seja só de passagem,
Que não seja só do momento
Essa nossa amizade, nossa conspiração em prol de nós mesmos.

Formamos a elite e confiamos mutuamente
Nossos segredos, críticas, pensamentos
E até arrependimentos do passado ou do momento.

Porque se não formos nós a nos ampararmos
Ninguém mais será, com certeza.
E se um dia chegamos aonde estamos
É porque já era previsto.

E, quando um cair em aflição,
Que o outro estenda a mão.
Esse é o nosso pacto,
Que rege essa conspiração.

Não digo união porque não o é.
Em cada um de nós repousa o sentimento
De que os nossos companheiros
Se dêem melhor do que os outros, estrangeiros.
Isso se chama conspiração.

E essa é a nossa sociedade-não-secreta dos amigos vivos,
Já que nao temos nada a esconder
E queremos sim dominar o mundo!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Fantasiando

Então, no dia, faremos assim: eu levarei aquela toalha da minha mãe, que tem aqueles desenhos geométricos que sempre implico, dizendo que são desenhos subliminares, e você levará aqueles dois copos verdes que eu comentei sobre os tons, aquele dia. Enquanto você vai até o mercado arranjar algo pra tapear o almoço, vou me virar com aquele pão de queijo que eu finjo saber fazer sem olhar na receita. Não iremos a pé, vamos de bicicleta, porque até já emprestei a Calói do meu vizinho, que é azul e não tem uma cesta, mas está em bom estado. Na ida passaremos na bicicletaria ali da esquina pra encher os pneus e conferir os freios. Ah, e não vá esquecer do livro de piadas que você ganhou do seu tio, aquele que te faz gargalhar em quatro estilos diferentes. Aquele livro tem algum tipo de poder, acredito. Hahaha Bem, eu me encarregarei de levar a máquina nova pra fotografar você naquele gramado, que já posso imaginar, combina tanto com a tua cor e os teus olhos. Dentro da capa do violão deixei minhas folhas de rascunho já faz um tempo. Não esquecerá delas. Tem coisas que escrevi ali que preciso reler. Quanto ao horário, pretendo que não seja tão tarde e que o dia esteja ensolarado. Eu sei que o sol das 14hrs é perigoso, você sempre diz isso, mas eu não quero voltar tão tarde, pra poder locar o "Before Sunset" e assistir mais umas duas vezes. Faz o favor de me ligar quando estiver saindo daí, pra que eu me organize nos tempos, pra gente ficar sincronizado. Isso ficará combinado. Quanto ao dia, não se preocupe, quando for pra ser vai ser, do jeito que a gente combinar: com gramados verdes, árvores que parecem samambaias gigantes, quero-queros alucinados e suco de caju. E eu vou estar tão contente que a tua companhia será para mim um depósito de bizarrices. Vou rir e sorrir e você vai fazer caretas e o mundo a nossa volta vai parecer congelar, pra gente viver o momento sem receios. Vou cruzar as pernas e pendurar minha cabeça na mão direita, pra te observar cantando "High and Dry" com os olhos fechados. Ah, e quando o sol já não estiver presente, vamos ficar um tempo em silêncio, fechar os olhos e ver se a gente sente a presença um do outro sem precisar ver ou ouvir. Nesta hora, depois de um tempo, se eu abrir meus olhos e você não estiver ali, mesmo sentindo a tua presença, vou saber que você quase está, pois eu já te concretizo duma forma que me parece mais real do que a minha própria existência.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O mundo como ele é

São ônibus, carros, motos, bicicletas, pessoas, bebês, cachorros. Os primeiros raios de sol fazem emergir esses seres diurnos que saem de suas tocas, de seus pombais, para a correria do dia, essa emergência-urgência eterna em busca da sobrevivência inconseqüente.
Este é o formigueiro humano em que vivo, de outros tantos semelhantes espalhados pelo mundo, com suas idéias efervescentes, sua insegurança e fragilidade própria de toda espécie parasita, tão dependente, tão exposta.
Como são pequenos e admiráveis esses seres adestrados, esse organismo pluricelular. Pena que apesar de toda a sua capacidade intelectual restem ainda certos indivíduos com dimensões psicológicas tão ínfimas e um ego tão inflamado que são verdadeiros vírus, maçãs podres na fruteira.
O caos. O caos organizado reflete a incomunicabilidade, a falta de consenso dessa espécie quando ameaçada por um perigo iminente. A racionalidade é esgotada pelo medo e determina a i-reação frente à extinção e a manipulação dos mais fracos pelos mais inteligentes. Essas épocas de crise são marcos de mudanças nas ordens social, política e econômica na vida do formigueiro.
Esse aquecimento global talvez (espero) venha a ocasionar uma erupção de melhores idéias, melhores condições nesse habitat. O grande problema em se tratando dos nós humanos é o fato de vivermos sempre na esperança.

domingo, 1 de novembro de 2009

Segurança

Havia uma coisa estranha atrás do quadro.
- Ali!
Não conseguia ver, mas estava ali. Uma coisa... estranha.
Fitei. Estiquei a mão: medo.
(!)
Recuei, montei sentinela e esperei.
- A coisa há de sair...
Só havia quatro cantos. Mas por trás de qual estaria? Intui que estivesse no canto inferior esquerdo.
- Coragem!
Estiquei o braço. Fiz um esforço sobre-humano e... e...
- Droga! Estou quase lá!
Toquei o quadro e comecei a levantá-lo.
Pá!
O quadro se espatifa no chão!
Agora já posso continuar meu poema.