domingo, 5 de setembro de 2010

Ser bem-vinda.

Depois de se deixar partir, quis muito se ter de volta. Uma vez que fosse. Uma vez que seja. Uma vez mais, quis, depois de se ver partir. Ainda era preciso se conhecer, se resumir. Se conhecer e se reconhecer. Era preciso saber contar sobre a própria vida sem perder frases nos ares da inconsciência ou suspirar numa freqüência incomum a cada nova sentença; hesitar. Encaixar as noites brancas de caminhadas isoladas em passeios amigáveis e inocentes. Ser exata em opiniões diversas; divagar com equilíbrio. Perder o medo do medo de ser; aproximar o sentido. Tudo o que se abstraía até então, encaixar no que de fato, de acordo, de forma, é padrão é palpável. Uma vez que fosse, que, então, voltasse.
Parou de parar de esperar; enfim esperou. Leu outra vez, leu mais que uma vez mais. Sorriu aberta e despretensiosamente ao céu, ao seu, próprio desejo. Verde, amarelo e lilás ao invés de preto e branco e preto e branco e só. Renovou olhares, olhou por mais tempo. Optou pelo sentir intenso e sentiu doer. Preparou a recepção e recebeu a si mesma, na idéia de se preparar. Voltou e nem viu. Por vezes fingiu que não viu, até acreditar.
Quando se volta, volta mais firme, não é?