sexta-feira, 17 de abril de 2015

Vento e poesia

O vento
que soprou na janela
fez a ponta da cortina
roçar as cordas do violão.

O violão
recobrando os sentidos
me deu um "mi" tão surpreso
que chamou atenção.

Digo, então,
que o vento me trouxe, ao balançar a cortina,
a princípio um tom.

E este tom,
manifesto sutil expresso no som,
tocou na questão:

Impressão sensível do fato teria
todo aquele cujo hábito
é ver poesia?