sábado, 10 de outubro de 2009

23 de Fevereiro de 2008 - 23:00 hrs

Enquanto ele anda sozinho pelas ruas iluminadas da cidade quase adormecida, ela sonha com ele e pensa nele ao mesmo tempo em que cozinha; em que arruma as coisas espalhadas no quarto; em que dá ordens para o irmão mais novo deixar de se acomodar.
Ele lê. Ela lê. Ele toca o instrumento musical preferido dela. Ela, quando canta, pensa nele. Mas cada um em seu mundinho intransponível, egoísta e cheio de idéias.
Quando está sozinha, parada na janela do quarto, olhando para o relógio da torre da matriz muito bem iluminada, ela se imagina caminhando ao lado dele, sorrindo e falando sobre coisas banais dos seus dia-a-dias, enquanto ele a escuta e a analisa com um ar sabido e sincero no rosto. Um olhar de quem a ama de verdade, do jeito que ela gostaria que fosse.
Quando está sozinho, olhando para a imensidão de estrelas que deixam a noite tão bela, ele confabula consigo mesmo sobre os seus projetos futuros, sobre seu estudo e seu trabalho, sobre o quão rico ficaria se isso ou aquilo acontecesse.
Olhando-o de longe, ela é fuzilada por sentimentos de perda, de falta, de um carinho que não pôde mais oferecer, de um carinho que foi negado por ele (sem explicações). E estes sentimentos, de tão intensos e sinceros, levam-na a amá-lo mais e mais, pois esta tal "dor-do-amor" é boa de sentir!
Olhando-a de longe, ele sabe o que ela sente, ele sabe o que se passa na cabeça dela, ele a conhece mesmo achando que não. Olhando-a de longe, ele apenas lamenta. Mundos distintos, distantes, porém, atraentemente completos.

3 comentários:

Letícia Freire de Moraes disse...

Evolui-se em pensamento, idéia, moral.
Mas o sentido da coisa é o mesmo de sempre!
:T

Rafael Lucini disse...

Você escreve muito bem Leti, você deveria escrever um livro! =)

Letícia Freire de Moraes disse...

Deusquemelivre. O.o