quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Fantasiando

Então, no dia, faremos assim: eu levarei aquela toalha da minha mãe, que tem aqueles desenhos geométricos que sempre implico, dizendo que são desenhos subliminares, e você levará aqueles dois copos verdes que eu comentei sobre os tons, aquele dia. Enquanto você vai até o mercado arranjar algo pra tapear o almoço, vou me virar com aquele pão de queijo que eu finjo saber fazer sem olhar na receita. Não iremos a pé, vamos de bicicleta, porque até já emprestei a Calói do meu vizinho, que é azul e não tem uma cesta, mas está em bom estado. Na ida passaremos na bicicletaria ali da esquina pra encher os pneus e conferir os freios. Ah, e não vá esquecer do livro de piadas que você ganhou do seu tio, aquele que te faz gargalhar em quatro estilos diferentes. Aquele livro tem algum tipo de poder, acredito. Hahaha Bem, eu me encarregarei de levar a máquina nova pra fotografar você naquele gramado, que já posso imaginar, combina tanto com a tua cor e os teus olhos. Dentro da capa do violão deixei minhas folhas de rascunho já faz um tempo. Não esquecerá delas. Tem coisas que escrevi ali que preciso reler. Quanto ao horário, pretendo que não seja tão tarde e que o dia esteja ensolarado. Eu sei que o sol das 14hrs é perigoso, você sempre diz isso, mas eu não quero voltar tão tarde, pra poder locar o "Before Sunset" e assistir mais umas duas vezes. Faz o favor de me ligar quando estiver saindo daí, pra que eu me organize nos tempos, pra gente ficar sincronizado. Isso ficará combinado. Quanto ao dia, não se preocupe, quando for pra ser vai ser, do jeito que a gente combinar: com gramados verdes, árvores que parecem samambaias gigantes, quero-queros alucinados e suco de caju. E eu vou estar tão contente que a tua companhia será para mim um depósito de bizarrices. Vou rir e sorrir e você vai fazer caretas e o mundo a nossa volta vai parecer congelar, pra gente viver o momento sem receios. Vou cruzar as pernas e pendurar minha cabeça na mão direita, pra te observar cantando "High and Dry" com os olhos fechados. Ah, e quando o sol já não estiver presente, vamos ficar um tempo em silêncio, fechar os olhos e ver se a gente sente a presença um do outro sem precisar ver ou ouvir. Nesta hora, depois de um tempo, se eu abrir meus olhos e você não estiver ali, mesmo sentindo a tua presença, vou saber que você quase está, pois eu já te concretizo duma forma que me parece mais real do que a minha própria existência.

4 comentários:

Mileto disse...

caraca!! ficou bom demais! é uma carta? é uma carta! acho que vou chorar =(

Mileto disse...

Ja li umas 3 vezes... Gosto das suas historinhas. Ainda bem que voce tem um blog, se não tudo isso ia ficar guardado... bem sei.

Letícia Freire de Moraes disse...

Não é uma carta, é uma fantasia. (:
[historinha pra boi dormir]
HAISUEHIOFAUHOIFAUHSF

É o que sai de mim, na hora da inspiração. Que bom que você gosta, companheiro. Que bom que ambos temos um blog! (;

Unknown disse...

"quero-queros alucinados e suco de cajú", incrível como te conheço!
que saudade!