terça-feira, 30 de agosto de 2011

"Lo que tomo yo, lo pago yo."

Gosto de observar com atenção meu cabelo molhado cair no meu ombro e deslizar para o meu peito, num leve e lento movimento, enquanto estou no banho. Gosto de notar curvas que aparecem e desaparecem com o tempo. Reparar marcas, machucados, pintas que, pela minha pobre memória, vezes são novas, vezes não. Corpo que muda, cresce, enrubesce, amolece. E apesar das delicadezas, da pureza toda nua, esse corpo impermanente carrega desde sempre a mesma alma. A alma que morreu ontem. A alma que vive hoje, conservada para um hipotético amanhã. E disso não se foge, meu caro.

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